
O Hospital Regional de Guajará-Mirim foi uma das unidades fiscalizadas pelo TCE-RO
O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou, nesta segunda-feira (27/10), uma rodada de fiscalizações em unidades de saúde dos municípios de Cacoal e Guajará-Mirim.
As inspeções integram o Programa de Fiscalização Permanente na Saúde, que une rigor técnico e escuta humanizada para induzir melhorias no atendimento à população e nas condições de trabalho para os profissionais de saúde.
GUAJARÁ: BOAS PRÁTICAS E DESAFIOS
Em Guajará, as equipes do TCE-RO vistoriaram duas unidades, uma delas o Hospital Regional Dr. Júlio Perez.
Com apenas 7 meses de atividade, o hospital apresenta estrutura física adequada, os profissionais estavam presentes e haviam insumos e equipamentos modernos.
Equipe do Tribunal de Contas verifica o funcionamento dos aparelhos nas unidades de saúdeOs fluxos de atendimento são bem definidos, o que deixa os pacientes satisfeitos. A gestão hospitalar também apresenta nível satisfatório, com boas práticas implementadas.
Já no Hospital Municipal do Perpétuo Socorro, foi registrada ausência de profissionais e falha no controle das escalas e substituições. Há carência de insumos e equipamentos e o controle do estoque ainda é feito de forma manual, não sistematizada.
Como pontos positivos, a limpeza da unidade, maioria dos equipamentos em funcionamento e com manutenção em dia e exames à disposição da população.
CACOAL: FALHAS ESTRUTURAIS E FALTA DE PESSOAL
Em Cacoal, os auditores do Tribunal de Contas estiveram no Hospital Regional, constando que a unidade trabalha sob pressão extrema devido à falta de proporção entre a estrutura física e funcional e a alta demanda.
Conferência da escala de plantonistas é um dos itens da fiscalizaçãoEnfrenta, ainda, carências crônicas e graves de pessoal, incluindo setores fundamentais, o que obriga constantes encaminhamentos para atendimento em Porto Velho. Isso compromete a capacidade de assistência, especialmente em diagnósticos, como biópsias, e na manutenção de leitos críticos, já que a UTI não funciona.
Outra situação grave: a UTI Neonatal está paralisada, com equipamentos e estrutura sem serem usados há anos, porque há profissionais contratados para operá-los.
O TCE-RO também esteve no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro), onde também foram identificadas graves deficiências estruturais, humanas e operacionais, comprometendo a segurança, a eficiência e a continuidade dos atendimentos.
O quadro de servidores é insuficiente em praticamente todos os setores, gerando sobrecarga de trabalho e adoecimento físico e psicológico das equipes.
As fiscalizações buscam melhorar o atendimento à população e as condições de trabalho para os profissionais da saúde
As Fiscalizações Permanentes na Saúde realizadas pelo TCE têm induzido melhorias para a população e condições mais dignas de trabalho aos profissionais da saúdeA inspeção constatou, ainda, pacientes acomodados em corredores sem privacidade, apenas uma das quatro salas do centro cirúrgico funciona, há equipamentos inativos, quebrados e sucateados.
Faltam materiais básicos, como esparadrapos e seringas, assim como medicamentos.
Único setor avaliado positivamente, o laboratório apresenta estrutura adequada e funcionamento regular. A limpeza também é feita diariamente.
Fiscalização do TCE-RO contemplou os municípios de Cacoal e Guajará-MirimINSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Os achados reforçam que as fiscalizações do TCE vão além do apontamento de falhas: são um instrumento de transformação social.
Ao ouvir pacientes e profissionais da saúde, o TCE-RO busca induzir melhorias que garantam mais dignidade no atendimento e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde.
“Os trabalhos realizados em Cacoal e Guajará não tiveram como foco promover uma análise de conformidade de contratações e nem de pagamentos”, explicou o secretário-geral de Controle Exerno do TCE, Marcus Cézar filho.
O próximo passo é a elaboração de relatórios detalhados com recomendações técnicas e encaminhamentos às gestões dos municípios, para que as soluções saiam do papel e cheguem, de modo prático e imediato, à vida real do cidadão.
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